Partindo a Fazenda da Maravilha, com algumas léguas e horas de busca, primeiro ouviram sons de machado seguidos de burburinho de vozes. A tropa avançou angulada como uma cunha e exigindo a rendição de todos. Manoel Congo teve tempo apenas para incitar o ataque que iniciaria uma luta feroz, tendo como resultado na morte de muitos negros e dois soldados.
A “preta de estimação” de D. Francisca Xavier, esposa do Capitão, Marianna Crioula, num gesto derradeiro, ainda gritou: “Morrer sim, entregar nunca!”, na exata hora em que era violentamente derrubada e espancanda com chutes, socos e coronhadas.
Ali foram presos, Manoel Congo, Justino Benguela, Antônio Magro, Pedro Dias, Belarmino, Miguel Crioulo, Canuto Moçambique e Afonso Angola e as negras Marianna Crioula, Rita Crioula, Lourença Crioula, Joanna Mofumbe, Josefa Angola e Emília Conga.
O homem que sonhou com a liberdade estava acorrentado aos seus pares e viria a ser réu no julgamento com sentença determinada muito antes de começar.
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Passados 9 meses, no dia 4 de Setembro de 1839, subia ao cadafalso,
no Largo da Forca para cumprir sua “pena de morte para sempre”, isto é,
enforcado e sem sepultamento, Manoel Congo, negro forte e habilidoso, de
pouca fala e sorriso escasso, mãos ásperas que sonhavam embalar um
filho seu e morreu, levando com ele a esperança dos que ainda viram
passar mais 49 anos até, finalmente, a liberdade chegar.
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